Un velho novo amigo me regaló este texto para acompañar/nos durante el viaje de confinamiento, brújula de viejo marinero, por los mares embravecidos del Sur...
“Acho que uma das coisas mais sinistras da história da civilização ocidental é o famoso dito atribuído a Benjamim Franklin, ‘tempo é dinheiro’. Isso é uma monstruosidade.
Tempo não é dinheiro.
Tempo é o tecido da nossa vida, é esse minuto que está passando.
Daqui a 10 minutos eu estou mais velho, daqui a 20 minutos eu estou mais próximo da morte.
Portanto, eu tenho direito a esse tempo. Esse tempo pertence a meus afetos.
É para amar a mulher que escolhi, para ser amado por ela.
Para conviver com meus amigos, para ler Machado de Assis. Isso é o tempo.
E justamente a luta pela instrução do trabalhador é a luta pela conquista do tempo como universo de realização própria.
A luta pela justiça social começa por uma reivindicação do tempo: eu quero aproveitar o meu tempo de forma que eu me humanize.
As bibliotecas, os livros, são uma grande necessidade de nossa vida humanizada.”
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António Cândido de Mello e Souza
(Río de Janeiro, 1918 – São Paulo, 2017)
En mayo, hace tres años, partía para seguir otros viajes, António Cândido, poeta, ensayista, humanista y profesor universitario. El intelectual más prestigioso de Brasil, y uno de los más relevantes de América Latina.
Docente de la Universidad de San Pablo (USP), de la que es profesor emérito, Doctor Honoris Causa de la UdelaR en 2006 y de la Universidad de Campinas (UNICAMP). Su obra fundamental es Formação da literatura brasileira (Momentos decisivos), publicada en 1959, apenas unos meses antes de viajar a Montevideo donde, pronto, encontraría en Ángel Rama a su primer lúcido lector hispánico.
Ambos inician una intensa relación de amistad, de intercambio y descubrimientos que provocará múltiples iniciativas para la reconstrucción de la historia intelectual del continente y para el análisis de su crítica literaria.
En el discurso de agradecimiento al encuentro académico realizado en 1998 en la Universidad de São Paulo con motivo de su cumpleaños número ochenta, Antonio Candido señaló: "... Cuando pienso en el tiempo que ha pasado desde que ingresamos a esta universidad, hace más de 60 años, veo que hemos contribuido mucho a la cultura del país, pero tal vez no hemos contribuido con la misma eficiencia para cambiar la característica básica de la sociedad brasileña, que es el progreso desigual ".
(*) Portada: Uwe Heine Debrodt (México)
Foto: Revista ComCiência.br